Depoimentos
 
O Brasil é Verde !

    "Parece incrível, eis-me aqui diante da televisão, com os olhos cheios de lágrimas, logo após o trilar do apito do árbitro sagrando o Juventude campeão do Brasil.
    Eis-me aqui, sem ser torcedor do Juventude, como coração apertado de emoção por ver um clube gaúcho do Interior saborear a glória dos grandes. Esta minha alegria quanto a mais genuína alegria do povo caxiense, que se embasbaca com tanta felicidade hoje, que gagueja o seu dilaleto vêneto em toda a Serra, também estupefata com tanto heroísmo.

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    Ao fazer a volta olímpica no Maracanã, o Juventude parecia a seleção uruguaia em 1950:
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    O Juventude não é mais a terceira força do futebol gaúcho. É a primeira, Grêmio e Internacional, a segunda e terceira forças ... todos os gauchos de todos os quadrantes, com o destino de vitória de nosso povo, personificado ontem na glória espantosa de um Juventude que deixou o Brasil inteiro de queixo caído com um triunfo quase inacreditável.
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    Valeram a pena 86 anos de história do Juventude para elevá-lo entre os grandes. O Olimpo festeja um plebeu que se integrou heroicamente, abrindo caminho à unha, à sua galeria de deuses!"
Paulo Sant'ana - Jornal Zero Hora - 28/06/99

Grande Juventude!

    "Não fosse o Juventude o campeão e o futebol teria escarrado a mais grossa injustiça deste fim de século. Time que foi derrotado uma única vez em toda a competição e só não marcou gols no último jogo, quando essencial era apenas não sofrê-los, teria que celebrar o destino de campeão. Uma proeza épica alcançada contra uma das mais tradicionais forças do futebol brasileiro, no mais festejado estádio de futebol do mundo e diante de uma multidão de 100 mil adversários. Com o título arrancado ontem, no Maracanã, o Juventude está inscrito, definitivamente, entre os grandes do futebol brasileiro. E, neste momento, é o principal time do Rio Grande do Sul. A terceira força é a primeira. Valmir Louruz e os seus valentes comanadados acabam de dar ao futebol gaúcho a sua décima faixa nacional.
    Valeu, papada! Parabéns!"

Wianey Carlet - Jornal Zero Hora - 28/06/99

O grande campeão

    "O Juventude fez como o Uruguai foi capaz de fazer há 49 anos e o Grêmio em 1997: entristeceu o Maracanã, entortou de dor a torcida do Botafogo, inverteu o grande otimismo do Rio e ficou sozinho no campo, dando a volta olímpica, recebendo as medalhas, a taça da Copa do Brasil, e chorando de alegria.
    Foi um empate heróico por todas as razões do grande jogo. Antes de mais nada, os jogadores e Valmir Louruz, o grande técnico, como se recomendava por experiência, estavam rigorosamente surdos - não ouviram um grito de desespero ou incentivo da torcida do Botafogo, mesmo que ela lotasse o Maracanã.
    E foram jogar com competência e em silêncio.

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    Agora, o Juventude, que está na Libertadores do ano 2000, vai recontratar seus principais jogadores. Vai recontratá-los por um ano e meio, ao menos. E vai também contratar reforços para o grupo, dois ou três no máximo. Porque, antes de mais nada o Juventude agora tem seus heróis nacionais. E vai saber valorizá-los.
    O futuro só pode ser assim."
Ruy Carlos Ostermann - Jornal Zero Hora - 28/06/99

Será que é sonho?
        "Não pode ser sonho, minha garganta está doendo, e sonhos não doem. Gritar "é campeão" no maior palco futebolístico do mundo tirou a minha voz e me deu mais uma estrela. Foi no templo sagrado da bola, sob os olhos de pelo menos 125.000 (101.581 oficialmente) incluindo presidentes de federações e de confederações de todos os níveis hierárquicos do futebol mundial e de ninguém menos que Fidel Castro e eu, que o impecável Esporte Clube Juventude estampou mais um objeto na sua constelação. A estrela solitária do Botafogo de Futebol e Regatas passa agora a configurar no alto do escudo alvi-verde como o símbolo da nossa maior conquista.
        O insofismável se fez presente e calou a antes ensurdecedora massa alvi-negra que tomou de assalto o Maracanã na inesquecível tarde do dia 27 de junho de 1999. Todos viram como foi, não preciso dizer nada sobre a história do confronto. Nada aconteceu nas redes do maior do mundo, o "Fogão" não foi capaz de provocar o grito de gol dos seus torcedores.
        A Papada, crescendo exponencialmente ao longo tempo, não se intimidou, foi lá e mostrou para a cidade maravilhosa a força da gente de Caxias do Sul (Juventude do Sul cairia melhor). De avião, ônibus e até automóvel, o verde da nossa camisa mesclou as belas cores da antiga capital brasileira e terminou por colorir de esmeralda o Rio de Janeiro..
        Amanhã completamos 86 anos com os corações na estratosfera, ninguém no Brasil de 1999 foi capaz de segurar o Ju. Estamos no ápice da pirâmide nacional, trouxemos a copa do Brasil na mala e vaga na histórica Copa Libertadores da América de 2000 também. As margens da enchente alvi-verde que coincidem agora com os limites do Brasil, estão prestes a inundar a Nova Terra (América).
        Que loucura! Ainda não assimilei o tamanho daquilo que aconteceu ontem. O placar do Maraca anunciava: "Juventude - Campeão da Copa do Brasil de 1999"; a Papada gritava: "aha, uhu... o Maraca é nosso"; "é campeão". A esquadra verde dava a volta olímpica enquanto o Belini (o capitão de 58 imortalizado na estátua do lado de fora do Mário Filho) queria mesmo é largar a Jules Rimet e ir lá dentro para ver o espetáculo. O maior estacionamento do mundo: nenhum gol mas 120 mil bestas, superou o agora segundo maior, o Beira-Rio, onde foram estacionados 4 gols e 80 mil bestas numa quarta-feira dessas que já fazem parte da nossa história.

        Em estado de glória, desfilo o verde em Porto Alegre. Parece que o juventudismo, mesmo que de momento, é contagioso por aqui. Quem irá parar a odisséia juventudista? No Brasil, não vejo candidatos.

Saudações de um Campeão do Brasil!
(Tô ainda tremendo!)"

Anderson Maciel - Torcedor do Ju - 28/06/99


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